segunda-feira, 20 de junho de 2011

Relatório Estágio de Observação - Escola Estadual Caranã/EJA

Introdução



A sistematização do processo ensino aprendizagem vem se fazendo cada vez mais presente e necessário nas instituições educacionais, tornando indissociável a busca constante de um ensino de qualidade. A aprendizagem que o cidadão recebe no ambiente escolar, visa integrar o jovem ao seu universo com iniciativa crítica e reflexiva. Observamos que a maioria dos estudantes são detentores de sonhos, oscilando seu humor, indeciso nas suas escolhas, contraditório na suas posições, frágil e inseguro diante do amanhã, todavia, onipotente no seu querer. É nesse contexto, que acreditamos ser o real papel da escola para formação de profissionais atuantes e qualificados.
   Em síntese, o presente relatório de observação visa identificar como ocorre a relação entre escola/aluno e professor/aluno, a partir da concepção de que um necessita do outro, para que haja uma interação entre ambos, observando as limitações e condições sociais que podem interferir neste processo. Nas aulas de língua espanhola da escola Estadual Caranã, percebemos os níveis de diferenças culturais e sociais e quanto é grande a responsabilidade dos professores de observar e entender cada um de seus alunos, a partir da concepção de unidade.  

1.    Da Escola

A Escola Estadual Caranã foi criada sob o decreto lei nº 041 de 26 de janeiro de 1993, como esta data coincide com o recesso escolar, somente no dia 11 de fevereiro do mesmo ano, o Exmº governador Ottomar de Souza Pinto, oficialmente inaugurou a escola. A mesma atenderia as modalidades de ensino da pré-escola até a 8ª série do ensino fundamental, nos turnos diurno e noturno.
A primeira gestora da instituição foi à professora Ecinéia Cidade Félix, que permaneceu no cargo todo o ano de 1993. Nos anos seguintes até o ano de 2006, a escola recebeu a gestão de sete profissionais da secretaria de educação.
No segundo semestre de 2007, assume a gestão da escola Caranã, o professor Alcir Rodrigues de Oliveira, já licenciado em gestão pública com especialização em gestão escolar. Com 32 anos dedicados a educação, destes 17 anos somente em gestão administrativa, conduz com sabedoria e maestria essa unidade de ensino, com objetivo maior de transformar-la numa instituição de excelência. Em novembro de 2010 a escola  passa poruma nova Gestão. Atualmente a escola está sendo gerenciada pela Porfª Salete dos Santos Alves. 
Atualmente a escola tem um total de 1200 alunos, distribuídos nos três turnos. Conta com a colaboração de 125 profissionais, que almejam os mesmos objetivos educacionais.
A escola como identidade própria, desenvolve vários projetos voltados para a melhoria de ensino-aprendizado, uma vez que os projetos surgiram da necessidade, anseios e interesse dos alunos, bem como a relação harmoniosa entre Escola e Comunidade. Aprendizagem por projeto ocorre por meio da interação e articulação entre os conhecimentos cotidianos dos discentes, cujas expectativas e desejos são mobilizados na construção do conhecimento.
Nesta época a escola atendia da Pré-escola a 8ª série. Atualmente atende do Ensino Fundamental e a EJA 2º e 3º Segmento. Recebeu o nome de Escola Estadual Caranã, devido à existência de um igarapé encontrado no bairro Caranã. A escola tem como objetivo: oferecer um melhor atendimento de qualidade a comunidade carente.
A proposta da Escola é proporcionar um ensino de qualidade garantindo-lhe acesso e a permanência dos alunos na escola, formando cidadãos críticos capazes de agir na transformação da sociedade.

2.    Estrutura física da escola


A Escola Estadual Caranã possui uma ampla estrutura física, porém não atende a algumas necessidades básicas para um bom ambiente de ensino aprendizagem.
As salas de aula, assim como outras dependências, têm uma péssima ventilação e iluminação, comprometendo diretamente o desempenho dos alunos e professores. O excesso de calor produzido pelo sol, nas telhas, deixa os alunos agitados ou apáticos, sem concentração durante as realizações na atividade propostas pelas professoras.
A escola possui uma pintura danificada e sua cor é pouco atrativa, deixando-a com aspecto de sujeira. Os banheiros existentes são apenas três, que além de insuficientes para atender toda a comunidade escolar, são utilizados de forma comum, tanto por aluno, funcionários e visitantes.
O telhado da escola é frágil, e no período de chuvas, há inúmeras goteiras, que além de incomodar os usuários, ocasionam danos aos equipamentos e móveis.
Diante de tantas dificuldades e problemas, a escola caranã procura orientar a utilização adequada dos recursos que possui: o controle no empréstimo de livros da biblioteca e o controle de entrada e saída de alunos da instituição.
Realmente existe muita precariedade não só nesta escola específica, más em muitas outras estaduais e também municipais. Os prédios estão depredados, sem nenhuma beleza, sujos, cheio de mato, com vidros quebrados, portas que não fecham, janelas que não abrem, ventiladores quando há, quebrados, banheiros mal-cheirosos, quadros brancos quebrados e riscados. Disso os professores se queixam diariamente.
Outro problema enfrentado pelos professores é a falta de garagem para os seus veículos.
A escola caranã dispõe de 12(doze) salas de aula, uma secretaria, sala de direção, sala de coordenação, sala dos professores, refeitório, pátio, 3(quatro) banheiros, 2(dois) depósitos, uma quadra coberta para a prática de atividades educacionais e desportivas e uma biblioteca.

3.     As Aulas de Língua Espanhola

Os trabalhos de observação na Escola Estadual Caranã começaram no dia 21/03/2011 com o contato que fizemos com a direção da escola. Como já trabalhamos na escola em 2010 como estagiárias do ensino fundamental, se tornou mais fácil a nossa aceitação naquela instituição. No dia seguinte, observamos a estrutura física da escola, tiramos algumas fotografias e conhecemos alguns colaboradores da escola. A nossa proposta neste estágio é observar as turmas de ensino médio – EJA (Educação de Jovens e adultos), na qual o professor Mildamar Ribeiro, licenciado em filosofia é o professor titular de língua espanhola. Porém, o professor está fazendo sua segunda licenciatura, desta vez em espanhol, no Instituto Federal de Roraima – IFRR.
  No dia 23/03/2011 fomos para sala de aula do 3° segmento, na qual o professor Mildamar trabalhou “las horas” com os estudantes. Para o desenvolvimento da aula o professor utilizou alguns recursos áudio - visuais como: computador, caixa de som e data show. O professor iniciou a aula mostrando curiosidades da internet e logo em seguida explicou como se lê as horas em espanhol de acordo com que era projetado na parede. Observamos que alguns alunos dormiam enquanto o professor explicava, outros conversavam ou estudavam outras coisas, porém a maioria dos alunos participava da aula interagindo com o professor. Durante todo o tempo da disciplina de língua espanhola o professor se comunicava em espanhol com os alunos, respondia os exercícios e depois da explicação formulava perguntas com relação às horas para que os alunos respondessem e confirmassem a ele que haviam entendido o assunto proposto. Em seguida o professor apresentou uma lista de cores relacionando com alguns objetos e as bandeiras dos países. Aproveitou o momento final para dar ênfase aos gêneros (masculino e feminino). Acreditamos que neste dia o professor conseguiu desenvolver o trabalho de ensino aprendizagem com os alunos e atuar efetivamente na construção de conhecimento de cada um que se interessava pela aula.
Durante toda semana com as turmas de 1º, 2º e 3º segmento, foi trabalhado o mesmo assunto e utilizado o mesmo recurso. Observamos que o rendimento deste tipo de aula chega a uns 70%, entretanto não se pode repetir essa atividade por mais de duas semanas, pois se torna cansativa e monótona.
No dia 30/03/2011 acompanhamos o professor na turma 302- 3º seguimento, ele trabalhou uma apostila confeccionada pelo mesmo e pediu que os alunos traduzissem um texto que se apresentava na apostila. Depois dessa atividade, o professor iniciou uma revisão dos conteúdos que ele já havia passado desde o inicio do ano para que os alunos realizassem uma prova. No calendário da escola estava previsto uma semana de prova que iniciaria no dia 04/04/2011 até 08/04/2011 que incluiria todas as disciplinas, por esse motivo o professor se utilizou das aulas para revisar sobre “los articulos”, “heterogenéricos”, “heterosemánticos”, “plural de los sastantivos”, etc. Enquanto o professor repassava o assunto, os alunos questionavam que ele não havia ministrado aulas sobre os assuntos em pauta, alguns se mostravam apreensivos por não saber do conteúdo enquanto outros nem ligavam para a situação e ignoravam a importância de aprender um idioma diferente. Uma vez que eles sabem que esta matéria não reprova. Percebi que a professor mudou o seu comportamento nessa série. Acredito que o descaso que os alunos têm com as aulas de espanhol possa ser um fator para o desanimo do professor.
Ao longo deste período de estágio na escola estadual caranã, observamos que as turmas de ensino médio – EJA são muito difíceis de acompanhar. Nestas classes, existem pessoas de idades, culturas e crenças diferentes que juntas multiplicam o trabalho do professor. É sabido que o professor é um facilitador de conhecimento e é responsável pela vida educacional de cada um de seus alunos, sejam eles pobres ou ricos - negros ou brancos. Os alunos do EJA, por algum motivo se atrasaram nos estudos e agora tem uma nova oportunidade de concluir o ensino médio. Entretanto observamos que 50% dos estudantes não dão valor a essa oportunidade e os outros 50% que se interessam possuem dificuldades tanto na vida pessoal quanto no processo de aprendizagem. Porém, o que motiva o corpo doscente é essa força de vontade de alguns estudantes que todos os dias estão presentes na sala de aula em busca do conhecimento.



Considerações finais



A aprendizagem de uma Língua Estrangeira, o Espanhol, mostra-se de fundamental importância para o nosso contexto social, devido à proximidade com a fronteira. Pois, habilita o aluno a receber e enviar mensagem em outro idioma, e reconhecer nas formas faladas e escritas, as idéias principais e o conteúdo da mensagem, levando-o a integrar-se ao mundo atualmente globalizado, caracterizado pelo avanço tecnológico, pela difusão de informações e pelo intercâmbio entre os povos.
A aquisição de conhecimento não é apenas uma simples questão de instrução formal e retórica. O conteúdo do ensino de uma língua estrangeira deve atender às necessidades dos indivíduos, com o objetivo de torná-los a participar plenamente no desenvolvimento. O ensino deve ser relacionado às próprias experiências dos alunos e com seus interesses concretos, para que assim se sintam mais motivados.
 Desta forma, identificamos no presente relatório de observação de uma segunda língua, a necessidade de o professor utilizar diferentes meios que oportunizem o aluno demonstrar seu aprendizado, as relações entre o novo conhecimento e os anteriores, as relações entre o conteúdo aprendido e a realidade em que se situam. Por isto, o docente deve propor a execução de diferentes atividades pelos alunos, seja em grupo ou individualmente, com a realização de experimentos, elaboração de projetos, debates. E também utilizar diferentes linguagens, como a verbal, oral, escrita, pictórica, de forma a considerar as diferentes aptidões dos discentes.
 Os meios de observação foram avaliados baseando-se no processo de desenvolvimento e interesse dos alunos e professores. Os resultados obtidos durante a coleta de dados foram descritos qualitativamente favorecendo os aspectos individuais de cada um.








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